sábado, 20 de dezembro de 2008

A Cultura no CTG

Nestes tempos de hoje em dia, muitas distorções daquilo que é “tradicional gaúcho”, infelizmente, estão tendo lugar em vários Centros de Tradições Gaúchas de nosso estado. Já não é mais raro presenciarmos jovens tradicionalistas adeptos de ritmos e costumes que não contribuem para a valorização do tradicionalismo gaúcho que esperamos encontrar em nossos galpões. Atualmente, por exemplo, vivemos o chamado “espírito de natal” e, muitas de nossas entidades não exitam em promover eventos onde a figura do “bom velhinho” (Papai Noel) tem lugar de destaque, ou ainda, promovem encontros de encerramento de fim-de-ano onde os convidados se apresentam com fantasias que remetem aos festejos do “halloween” norte-americano. Mas por quê isto vem acontecendo? Infelizmente este fenômeno acontece pela falta de cultura, conhecimento, leitura, estudos específicos a respeito daquilo que deve ser valorizado dentro de nossos “Centros de Tradições Gaúchas”. Mas se falta “cultura”, falta para quem? Já faz algum tempo que a criação de Departamentos Culturais dentro das entidades tradicionalistas visava, entre outras coisas, dar este tipo de assessoramento aos nossos Patrões, já que muitos não tiveram oportunidade de se aprofundar nesses temas ou estão tão ocupados com os afazeres das entidades, que não sobra tempo para prestarem atenção a estes detalhes “culturais” de suas entidades. O fato é que muitos daqueles que se dizem tradicionalistas, na verdade, ainda não entenderam o alcance deste conceito e o tamanho da responsabilidade de se dizer tradicionalista, herdeiro de uma prática outrora comum nos rincões de nossa querência e revitalizada com os estudos de Paixão Cortes, Barbosa Lessa, Nico Fagundes, Glaucus Saraiva da Fonseca, entre outros tradicionalistas de “pura-cepa”. O certo é que devemos, por obrigação tradicionalista, tomar cuidado com certas escolhas e manifestações dentro de nossas entidades. Temos o dever de manter o CTG como tal, ou seja, um lugar para a celebração do “Tradicional Gaúcho”, no intuito de não nos afastarmos daqueles princípios que, infelizmente ficaram emoldurados, pendurados e esquecidos nas paredes de nossos galpões.

Jáquison R. Fontoura - Tradicionalista

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